Aula 105 O escravismo no Brasil do séc. XIX

TEMA: O escravismo no Brasil do séc. XIX
Nossa aula foi:
8ºA e B, quarta-feira, 10 de setembro de 2025.EIXO TEMÁTICO
O Brasil no século XIX.
 
HABILIDADES
(GO-EF08HI18-B) Refletir sobre o fim do tráfico negreiro, a abolição gradual da escravatura e a introdução da mão de obra imigrante, relacionando-os com a Lei de Terras de 1850, a concentração fundiária e os conflitos no campo, no passado e no presente.
Matriz de Habilidades Essenciais
Reconhecer as consequências da escravidão no Brasil e o seu processo de abolição. Analisar a política em relação aos povos indígenas implementadas no Segundo Reinado.
 
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
O Brasil do Segundo Reinado: política e Economia:
 
CONTEÚDO
A Lei de Terras e seus desdobramentos na política do Segundo Reinado
 
METODOLOGIA:
Os objetivos da aula são:
Reconhecer que, no século XIX, a economia brasileira se organizar sob o modelo de plantation, baseado em latifúndio, monocultura e mão de obra escravizada, fortalecendo elites agrárias e pressionando a monarquia.
Descrever condições de trabalho, moradia e punição impostas a pessoas escravizadas, diferenciando trabalho na lavoura, na casagrande e em ofícios urbanos, e identificar a violência estrutural do sistema.
Identificar formas de resistência escravizada (fuga, quilombos, levantes, preservação cultural/religiosa) e exemplificar com a Revolta dos Malês, contextualizando tempo e lugar.
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Apresentar os objetivos no quadro e situar a leitura no contexto do século XIX (café/plantation, elites agrárias, escravidão).
Organizar quatro estações temáticas com trechos do texto:
1. Plantation (latifúndio, monocultura, mão de obra escravizada);
2. Condições de trabalho e vida (jornadas, violência, senzala, alimentação, vigilância);
3. Trabalho na casagrande e ofícios urbanos; castigos (açoites), violência contra mulheres;
4. Resistência (fugas, quilombos, levantes; Revolta dos Malês).
 
Estação 1 — Plantation
Característica: Apontar que o principal produto era o café e que o sistema econômico era o “Plantation” com base em latifúndio, mão de obra escrava e monocultura.
 
Citação esperada: “o sistema de plantação era o Plantation, que tinha como base: latifúndio, mão de obra escrava e monocultura”.
 
Efeito: Indicar fortalecimento das elites agrárias e pressão sobre uma monarquia desgastada.
 
Citação esperada: “Esse modelo econômico fortaleceu as elites agrárias… e pressionava uma monarquia já desgastada”.
 
Exemplo: Mencionar a pressão inglesa como fator externo ligado a interesses de mercado.
 
Citação esperada: “pressões internacionais, como da Inglaterra que precisava de mercado para os produtos de suas indústrias”.
 
Estação 2 — Condições de trabalho e vida
Característica: Registrar jornadas exaustivas (até 20 horas), violência dos senhores, trabalho muito pesado, tratamento desumano.
 
Citação esperada: “jornadas de trabalho… até 20 horas por dia… marcadas pela violência… o tratamento… era desumano”.
 
Efeito: Apontar alimentação insuficiente, complemento com pequena lavoura aos domingos, dormir no chão da senzala, vigilância constante para evitar fugas.
 
Citação esperada: “alimentação… insuficiente… pequena lavoura… aos domingos… dormiam no chão da senzala… monitorados constantemente”.
 
Exemplo: Relacionar a vigilância à prevenção de fugas.
 
Citação esperada: “monitorados constantemente para evitar que fugissem”.
 
Estação 3 — Casagrande, ofícios urbanos e castigos
Característica: Diferenciar trabalho na casagrande (melhor alimentação e vestimenta) e ofícios urbanos variados.
 
Citação esperada: “escravos… na casagrande… eram alimentados e bem vestidos… havia escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios”.
 
Efeito: Apontar castigos físicos muito dolorosos por erros/desobediência; açoitamentos como punição comum; violência sexual contra mulheres.
 
Citação esperada: “castigos físicos muito dolorosos… entre as punições mais comuns estão os açoitamentos… as mulheres negras… eram exploradas sexualmente”.
 
Exemplo: Citar “açoites” como termo a sublinhar.
 
Citação esperada: “açoitamentos”.
 
Estação 4 — Resistência e Revolta dos Malês
Característica: Indicar que a escravização não foi passiva; destacar resistência e luta (fugas, formação de quilombos, levantes; preservação de culturas e religiões).
 
Citação esperada: “os escravos… fugiam e formavam quilombos… Um exemplo da luta… é a Revolta dos Malês”.
 
Efeito: Relacionar resistência à busca por liberdade e manutenção de práticas culturais/religiosas.
 
Citação esperada: “busca por liberdade para praticar suas culturas e religiões”.
 
Exemplo: Localizar temporalmente a Revolta dos Malês (Salvador, 1835) como caso emblemático de levante.
 
Citação esperada: “Revolta dos Malês… Salvador… 1835”.
 
Cada grupo ler e sublinhar palavraschave, registrando uma citação curta por item “característica/efeito/exemplo”.
Economia do século XIX
Café: principal produto da economia brasileira no século XIX, estruturando a produção e o poder político das elites agrárias.
 
Plantation: sistema de plantação baseado em latifúndio, mão de obra escravizada e monocultura, voltado à grande produção e ao fortalecimento das elites.
 
Latifúndio: grandes propriedades rurais que concentram terra e poder econômico.
 
Monocultura: cultivo predominante de um único produto (café), reduzindo a diversidade produtiva.
 
Elites agrárias: grupos proprietários de terra fortalecidos pelo modelo econômico, com influência política sobre a monarquia.
 
Pressão inglesa: atuação internacional interessada em mercados para produtos industriais, pressionando mudanças no regime escravista.
 
Movimentos abolicionistas: articulações lideradas por intelectuais brancos que defenderam o fim da escravidão.
 
Trabalho e condições de vida
Jornadas exaustivas: trabalho de até 20 horas por dia, caracterizado por esforço extremo.
 
Violência senhorial: castigos e maustratos impostos pelos senhores de engenho.
 
Tratamento desumano: forma como os escravizados eram submetidos a condições que negavam sua dignidade.
 
Alimentação insuficiente: ração inadequada que exigia complemento com pequena lavoura aos domingos.
 
Senzala: local de dormida dos escravizados, frequentemente no chão, sob vigilância.
 
Vigilância constante: monitoramento permanente para evitar fugas.
 
Trabalho “mais pesado”: referência ao peso e dureza do trabalho executado pelos africanos escravizados nas plantações.
 
Casagrande, cidade e punições
Casagrande: residência dos senhores onde certos escravizados recebiam alimentação e vestimenta melhores em comparação às frentes de lavoura.
 
Ofícios urbanos: atividades variadas realizadas por escravizados nas cidades.
 
Castigos físicos: punições dolorosas aplicadas por erros ou desobediência.
 
Açoites: forma comum de punição corporal citada no texto.
 
Violência sexual: exploração a que mulheres negras eram frequentemente submetidas.
 
Resistência escravizada
Resistência: enfrentamento contínuo à escravização, expresso em diversas ações.
 
Fugas: saída das fazendas como busca de liberdade.
 
Quilombos: comunidades formadas por escravizados fugidos para viverem em liberdade.
 
Levantes: revoltas organizadas contra a escravidão e o poder senhorial.
 
Preservação cultural e religiosa: manutenção de práticas, identidades e crenças como forma de resistência.
 
Revolta dos Malês: exemplo citado de levante de escravizados, evidenciando organização, religiosidade e luta por liberdade.
 
Rotacionar grupos a cada 8–10 minutos; ao final, construir no quadro uma linha do tempo colaborativa marcando: auge do café/plantation no século XIX; condições e punições; 1835 – Revolta dos Malês em Salvador (BA).
 
Debater orientado: relacionar como o modelo econômico e a violência cotidiana provocavam resistência contínua (fuga, quilombos, levantes) e por que a Revolta dos Malês é um exemplo relevante de luta por liberdade e religiosidade.
 
Quadro comparativo “Sistema x Vida x Resistência”:
Coluna 1: Plantation (latifúndio, monocultura, escravidão).
Coluna 2: Condições impostas (20 horas; violência; senzala; alimentação insuficiente; vigilância).
Coluna 3: Resistência (fuga; quilombo; levante; preservação cultural/religiosa).
Registrar, em cada célula, uma citação curta do texto.
 
Ficha do estudo de caso “Malês 1835”: “O que aconteceu? Onde/Quando? Quem participou? Como terminou?” com duas citações do texto para evidência.
O que aconteceu?
Descrever um levante de escravizados muçulmanos, organizado e de curta duração, como exemplo de resistência contra a escravidão e pela liberdade religiosa.
Citações possíveis: “levantes… a Revolta dos Malês” e “busca por liberdade para praticar suas culturas e religiões”.
 
Onde/Quando?
Localizar em Salvador (Bahia), no ano de 1835, com enfrentamentos em pontos da cidade e referência a “Água de Meninos” quando aplicável pelo texto trabalhado.
Citações possíveis: “Revolta dos Malês… Salvador… 1835” e “As batalhas estenderam-se… na cidade de Salvador”.
 
Quem participou?
Indicar africanos escravizados (majoritariamente nagôs e haussás, muçulmanos) e possíveis libertos, conforme os trechos do texto; reconhecer a presença das forças repressivas locais.
Citações possíveis: “africanos… muçulmanos… nagôs e haussás” e “600 africanos escravizados se rebelaram”.
 
Como terminou?
Registrar que foi reprimida; mencionar mortes de rebeldes e punições severas (prisões, açoites, deportações, execuções), se esses elementos constarem no texto entregue.
Citações possíveis: “foram derrotados… punidos” e “prisão… açoite… deportação… execução”.
 
Material didático: Seduc GO, Goiás TEC 8º ano, Terceiro Bimestre.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Diagnóstica: perguntar o que significar plantation e quais elementos o compõem, antes da leitura (latifúndio, monocultura, escravidão).
Formativa: observar, nas estações, se as características e exemplos são ancorados em citações; verificar a linha do tempo colaborativa quanto a datas/lugares corretos da Revolta dos Malês.
Somativa: aplicar ticket de saída com três itens, apoiados por citação:
Explicar plantation e indicar dois componentes;
Descrever duas condições de trabalho/vida e um castigo;
Situar a Revolta dos Malês (cidade, ano) e dizer por que é exemplo de resistência.
 
Item 1 — Explicar plantation e indicar dois componentes
Resposta esperada: Plantation é um sistema de plantação no século XIX baseado em grande propriedade e produção de um só produto com trabalho escravizado, que fortaleceu as elites agrárias.
 
Citações curtas possíveis:
“o sistema de plantação era o Plantation, que tinha como base: latifúndio, mão de obra escrava e monocultura”.
“Esse modelo econômico fortaleceu as elites agrárias”.
 
Item 2 — Descrever duas condições de trabalho/vida e um castigo
Resposta esperada: As jornadas podiam chegar a 20 horas, com alimentação insuficiente complementada aos domingos; os escravizados dormiam no chão da senzala sob vigilância constante; castigos físicos dolorosos, como açoitamentos, eram comuns.
 
Citações curtas possíveis:
“jornadas… até 20 horas por dia… marcadas pela violência”.
“alimentação… insuficiente… pequena lavoura… aos domingos”.
“dormiam no chão da senzala… monitorados constantemente”.
“castigos físicos muito dolorosos… açoitamentos”.
 
Item 3 — Situar a Revolta dos Malês (cidade, ano) e dizer por que é exemplo de resistência
Resposta esperada: A Revolta dos Malês ocorreu em Salvador (Bahia), em 1835, e é exemplo de resistência por ser um levante escravizado organizado em defesa da liberdade e de práticas culturais/religiosas.
 
Citações curtas possíveis:
“Revolta dos Malês… Salvador… 1835”.
“busca por liberdade para praticar suas culturas e religiões”.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA FLEXIBILIZADA🎒
Instrumento 1: Marcar X em tabela “Plantation” com três linhas “latifúndio”, “monocultura”, “mão de obra escravizada” e copiar uma palavra do texto como pista.
 
Instrumento 2: Pareamento simples “ação–consequência”: fuga → vigilância/quilombo; levante → repressão/castigo; alimentação insuficiente → complementar com pequena lavoura ao domingo. Usar palavras exatas do texto.
 
Instrumento 3: Lacunas guiadas “Malês”:
Identificação do evento
A revolta ocorreu em ________ (Salvador).
 
A revolta ocorreu em ________ (1835).
 
A revolta ocorreu em ________ (Bahia).
 
A Revolta dos ________ (Malês) foi um exemplo de resistência.
 
Quem participou
Participaram africanos ________ (muçulmanos).
 
Participaram africanos e seus ________ (descendentes).
 
Muitos participantes eram ________ (escravizados).
 
Alguns participantes eram ________ (libertos).
 
Motivações e objetivos
A revolta buscava ________ (liberdade).
 
Defendia a prática de ________ (religiões/culturas).
 
Foi um exemplo de ________ (resistência).
 
O movimento foi um ________ (levante).
 
Formas de resistência (geral do texto)
A resistência incluía ________ (fuga).
 
A resistência incluía ________ (formação de quilombos).
 
A resistência incluía ________ (levantes).
 
Repressão e desfecho
A repressão foi feita pela ________ (Guarda Nacional).
 
Os participantes foram acusados de ________ (insurreição).
 
Entre as punições estavam os ________ (açoites).
 
A pena capital aplicada foi a ________ (forca).
 
Muitos foram ________ (recapturados).
 
Sistema econômico e contexto (apoio de leitura)
O principal produto econômico era o ________ (café).
 
O sistema era o ________ (Plantation).
 
Suas bases eram latifúndio, monocultura e ________ (mão de obra escravizada).
 
As elites ________ (agrárias) foram fortalecidas.
 
Condições de trabalho e vida (apoio de leitura)
As jornadas podiam chegar a ________ (20 horas).
 
A alimentação era muitas vezes ________ (insuficiente).
 
O complemento de alimento era cultivado aos ________ (domingos).
 
Os escravizados dormiam no chão da ________ (senzala).
 
Eram monitorados constantemente para evitar ________ (fugas).
 
Casagrande e ofícios urbanos (apoio de leitura)
Na casagrande recebiam melhor ________ (alimentação).
 
Na casagrande tinham melhor ________ (vestimenta).
 
Nas cidades exerciam diversos ________ (ofícios).
 
MATERIAL:
1. No século XIX a economia brasileira tinha como seu principal produto o café, o sistema de plantação era o Plantation, que tinha como base: latifúndio, mão de obra escrava e monocultura. Esse modelo econômico fortaleceu as elites agrárias que monopolizavam o poder, e pressionava uma monarquia já desgastada. Os escravos sempre lutaram por sua liberdade, porém as pressões internacionais, como da Inglaterra que precisava de mercado para os produtos de suas indústrias, e os movimentos abolicionistas, liderados por intelectuais brancos, foram de fundamental importância.
2. As jornadas de trabalho eram exaustivas, chegando a até 20 horas por dia e, além disso, eram marcadas pela violência vinda dos senhores de engenho. O trabalho feito pelos escravos africanos era considerado muito mais pesado do que trabalhar nas plantações. O tratamento recebido pelos escravos era desumano. A alimentação, muitas vezes, era insuficiente e os escravos precisavam complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos domingos. Além disso, eles dormiam no chão da senzala e eram monitorados constantemente para evitar que fugissem.
3. Os escravos que trabalhavam na casa-grande – residência dos donos dos escravos – recebiam um tratamento melhor. Eram alimentados e bem vestidos. Além disso, havia escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais variados tipos. Se os escravos cometessem qualquer tipo de erro ou desobedecessem, eles recebiam castigos físicos muito dolorosos. Entre as punições mais comuns estão os açoitamentos. Além dos maus-tratos e as péssimas condições em que viviam, as mulheres negras também muitas vezes eram exploradas sexualmente. A escravização dos africanos não era aceita de maneira passiva e esse processo é marcado pela resistência e luta dos escravos que, muitas vezes, fugiam e formavam quilombos. Um exemplo da luta dos escravos é a Revolta dos Malês.

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