Aula 47 Inconfidência mineira

TEMA: Inconfidência mineira
Nossa aula foi:
8ºA, quarta-feira, 23 de abril de 2025.
8ºB, quarta-feira, 23 de abril de 2025.
 
EIXO TEMÁTICO
O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise.
 
HABILIDADES
(GO-EF08HI05) Explicar os movimentos e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas.
(GO-EF08HI05-A) Perceber como as ideias iluministas influenciaram o sentimento anticolonial e as rebeliões da América Portuguesa, em especial as Conjurações Mineira, Baiana e a Insurreição Pernambucana.
 
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
Rebeliões na América portuguesa: as conjurações mineiras e baiana:
 
CONTEÚDO
Ideias iluministas, anticolonialíssimo e revoltas na América Portuguesa.
 
METODOLOGIA:
Os objetivos da aula são:
Compreender o contexto histórico da Inconfidência Mineira.
Identificar as causas econômicas, sociais e políticas que motivaram o movimento.
Relacionar os ideais iluministas com os objetivos dos inconfidentes.
Reconhecer o papel de Tiradentes e de outros membros da elite mineira no movimento.
Refletir sobre o impacto do ciclo do ouro e da opressão fiscal portuguesa na colônia.
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Iniciar a aula com uma pergunta problematizadora:
"O que leva um grupo de pessoas a se rebelar contra o próprio governo?"
Relacionar com situações atuais ou locais (como protestos ou lutas por direitos).
Dividir os alunos em grupos de 4 ou 5.
Entregar o texto “Inconfidência Mineira” para leitura compartilhada em voz alta.
Cada grupo responde perguntas orientadas para seu trecho (causas, ciclo do ouro, papel da elite, quem foi Tiradentes).
Usar a metodologia ativa “Jigsaw” (quebra-cabeça): após lerem e discutirem seus trechos, os alunos formam novos grupos com um representante de cada equipe para “ensinar” seu conteúdo aos colegas.
Cada novo grupo elabora um mapa mental com os tópicos principais:
Causas
Influência do Iluminismo
A elite e Tiradentes
A derrama e a repressão
Apresentação oral por grupo (opcional).
Material didático: Seduc GO, NetEscola 8º ano, Segundo Bimestre, Aula 6.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Atividade escrita:
Produzir um pequeno texto dissertativo ou resposta estruturada à pergunta:
“Quais foram as principais causas da Inconfidência Mineira e qual o papel de Tiradentes nesse movimento?”
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA FLEXIBILIZADA🎒
Atividade adaptada com apoio visual e linguagem simplificada:
Complete as frases:
A Inconfidência Mineira aconteceu em ________.
Os inconfidentes queriam lutar por mais ________ e contra os ________ de Portugal.
Um dos líderes do movimento foi ________, conhecido como Tiradentes.
Ligue as colunas:
(1) Ouro – ( ) Causou o aumento de impostos
(2) Tiradentes – ( ) Era militar e dentista
(3) Derrama – ( ) Cobrança forçada de ouro
(4) Iluminismo – ( ) Ideias de liberdade e igualdade
 
MATERIAL:
Inconfidência Mineira
1. A história da Inconfidência Mineira envolve suas causas, a conjuração mineira, os inconfidentes, a influência do Iluminismo, a liderança de Tiradentes, a bandeira, a delação do movimento, a punição dos inconfidentes e o contexto do ciclo do ouro. A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da história do Brasil. Representou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Ocorreu em Minas Gerais, no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.
2. No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.
3. Vale lembrar também que, nesse período, era intensa a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o chamado quinto, ou seja, 20% de todo o ouro encontrado ia para os cofres portugueses. Aqueles que fossem pegos com ouro ilegal, sem ter pago o imposto, sofriam duras penas, podendo até ser degredados — ou seja, enviados à força para o território africano.
4. Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim, as autoridades portuguesas não reduziam as cobranças. Nessa época, Portugal criou a derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro devia pagar cem arrobas de ouro — cerca de 1.500 kg por ano — à metrópole. Quando a região não conseguia cumprir essa exigência, soldados da Coroa invadiam as casas das famílias para retirar pertences até completar o valor devido.
5. “(...) Nas últimas décadas do século XVIII, a sociedade mineira entrará em uma fase de declínio, marcada pela queda contínua da produção de ouro e pelas medidas da Coroa no sentido de garantir a arrecadação do quinto. Se examinarmos um pouco a história pessoal dos inconfidentes, veremos que tinham também razões específicas de descontentamento. Em sua grande maioria, eles constituíam um grupo da elite colonial, formado por mineradores, fazendeiros, padres envolvidos em negócios, funcionários, advogados de prestígio e uma alta patente militar, o comandante dos Dragões, Francisco de Paula Freire de Andrade. Todos eles tinham vínculos com as autoridades coloniais na capitania e, em alguns casos (...) ocupavam cargos na magistratura. José Joaquim da Silva Xavier constituía, em parte, uma exceção. Desfavorecido pela morte prematura dos pais, que deixaram sete filhos, perderá suas propriedades por dívidas e tentara sem êxito o comércio. Em 1775, entrou na carreira militar, no posto de alferes, no grau inicial do quadro de oficiais. Nas horas vagas, exercia o ofício de dentista, de onde veio o apelido de algo depreciativo de Tiradentes” (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2001. p. 115).

TÓPICOS
🧭 Causas da Inconfidência Mineira
Altos impostos e opressão fiscal: A Coroa Portuguesa impunha pesados tributos sobre a extração de ouro, como o "quinto" (20% de todo o ouro extraído). Mesmo com a diminuição da produção aurífera, as cobranças continuavam elevadas.
Derrama: Quando a quantidade de ouro arrecadada não atingia a cota anual estabelecida (100 arrobas ou 1.500 kg), era decretada a "derrama", uma cobrança forçada do valor restante diretamente da população, muitas vezes de forma violenta.
Proibição de manufaturas: O Alvará de 1785 proibiu a instalação de indústrias no Brasil, obrigando a colônia a importar produtos de Portugal, o que prejudicava a economia local.
Influência do Iluminismo: Ideias iluministas, como liberdade, igualdade e autodeterminação, influenciaram os inconfidentes, que desejavam estabelecer uma república independente em Minas Gerais.

⛏️ Ciclo do Ouro
Descoberta e exploração: No final do século XVII, descobriu-se ouro em Minas Gerais, iniciando um período de intensa exploração mineradora que atraiu muitos colonos e gerou grande riqueza para a região.
Declínio da produção: Com o tempo, as jazidas começaram a se esgotar, levando à diminuição da produção de ouro. Apesar disso, a Coroa Portuguesa mantinha as exigências fiscais, agravando o descontentamento da população.

👑 Papel das Elites
Participação ativa: A Inconfidência Mineira foi liderada principalmente por membros da elite socioeconômica de Minas Gerais, incluindo poetas, militares, clérigos e intelectuais, que estavam insatisfeitos com as políticas fiscais e desejavam maior autonomia.
Objetivos do movimento: Os inconfidentes planejavam proclamar uma república independente, criar uma universidade em Vila Rica, incentivar a indústria local e abolir o monopólio comercial português.

🧔 Quem foi Tiradentes
Identidade: Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, era alferes (posto militar) e dentista amador, daí seu apelido.
Atuação na Inconfidência: Foi um dos principais propagandistas do movimento, defendendo ativamente a causa da independência e a implantação de uma república.
Prisão e execução: Após a delação de Joaquim Silvério dos Reis, Tiradentes foi preso, julgado e condenado à morte. Foi enforcado em 21 de abril de 1792, tornando-se mártir da causa da liberdade no Brasil.

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